Rajar - A banda começou em 2005, mas ainda era algo muito com "planos futuros", contratamos o produtor Sergio Benevenuto (Legião Urbana), e ficamos 1 ano ensaiando com ele, e em janeiro de 2006 entramos em estúdio para gravar o primeiro disco (Narcisista). Ai para nossa surpresa, em 2006, antes do disco ate mesmo ser lançado, a música "Vaidade" foi selecionada pra trilha de 2007 de Malhação, ai ficou serio. rs
NaVeia - O Espírito Santo é um caldeirão de cultura. Aí temos o congo, a Festa da Penha, peneleiras de barro, mas mesmo assim, é um estado apagado diante do Rio, São Paulo e Minas. Porém, esta realidade está mudando. Hoje é possível encontrar excelentes artistas capixabas e a Rajar é prova disso. O que significa pra vocês estar neste patamar? De levar a cultura do estado capixaba pro resto do Brasil?
Rajar - É verdade, a gente é quem mais puxa esta bandeira. O problema la é que os grandes figurões de la, não respeitam bandas capixabas, e isso é um serio problema, pois ai a musica la se torna inviável e insustentável. O Rei Roberto Carlos é capixaba de Cachoeiro de Itapemirim, acho que eles podiam pensar mais nisso e dar mais força. Basta falar que o ultimo Festival de Musica de Alegre (um dos maiores do Brasil), não tinha nenhuma banda do ES, enquanto o de Salvador, da preferencia para as bandas da terra, o que é o certo.
Eagle Eye Cherry |
NaVeia - O terceiro disco da banda, "Olha o sol...",foi gravado no lendário estúdio Toca do Ba ndido. Qual foi a sensação de estar na casa de um dos caras que mais contribuiu pro rock nacional?
Rajar - Foi muito legal, é um lugar que emana uma energia diferente, todos que vão la dizem isso. Acho que isso acaba influenciando no som que se grava. E pra gente, posteriormente, levar aquelas gravações para finalização pra Seattle, pro estudio do Jack Endino, que produziu o Nirvana, Sound Garden, Bruce Dyckinson, foi ainda mais chocante e prazeroso para gente.
NaVeia - Como chegaram ao Jack Endino? O nome dele traz um peso a mais pro disco, né?
Rajar - O Jack é uma figura fantástica, não da pra acreditar que um guru da musica mundial é uma pessoa tão simples e gentil. Mandamos nossos demos do terceiro disco pra ele, e ele imediatamente se apaixonou pelas musicas, oferecendo inclusive a casa dele para nos hospedarmos em Seattle. Temos otimos profissionais no Brasil, e hoje em dia, temos os mesmos equipamentos que eles, mas o "know-how" americano ainda esta bem na frente para o Pop e para o Rock, do que aqui no Brasil, vide os cds gringos e os nacionais, e a gente quis essa qualidade la de fora.
NaVeia - A versão rock de "Não Vá Embora" da Marisa Monte é sensacional. De quem foi a ideia? Aliás, como a Marisa liberou a música?
Rajar - Aquela versão surgiu para um show que iriamos fazer com a Megh Stock (Luxúria), e pensamos em musicas dela, e nossas, mas faltava algo diferente. Tivemos a ideia então dessa musica da Marisa Monte, mas não gostamos de covers, gostamos de versões, ai saiu aquela versão tão diferente. Pedimos em seguida a autorização para a Marisa para grava-la, ela não so autorizou como tambem elogiou muito a versão tão diferente, foi uma honra pra gente.
Banda Rajar |
NaVeia - A Rajar já abriu para duas bandas grinas, a Eagle Eye Cherry e Roxette. Conta pra gente como foi a experiência?
Rajar - Foram bem diferentes uma da outra, apesar de por coincidência as 2 sere m suecas. O Roxette foi muito legal, mas eles são bem reservados, elogiaram o Rajar pelos produtores deles, inclusive pediu para tocarmos mais 15 min alem do que estava programado, foi uma honra mas queriamos tê-los conhecido. Ja o Eagle Eye Cherry, nos chamou no camarim, tiramos fotos, fez brincadeiras, esperamos que se rolar com a Demi, ela seja assim tambem.
NaVeia - O que é fazer pop diferenciado no Brasil hoje?
Rajar - Muita gente criou um rótulo negativo para o Pop, e assim como todo genero, tem o artista gênio e o medíocre. Como não dizer que Michael Jackson ou Lady Gaga são genios, aos nossos olhos e ouvidos, com certeza são . O Brasil ainda prioriza muito qualquer outro atrativo sem ser o talento musical, passamos por muitos musicos super talentosos que não tiveram nenhuma chance na vida. A gente teve alguma notoriedade depois de malhação e esses shows internacionais, e festival de verão de salvador. Então saimos um pouco mais do Rock e nos arriscamos no pop, que também possui elementos do proprio rock, do country, do R&B. Quisemos fazer um Cd heterogenio, com musicas diferentes umas das outras, afinal ninguem hoje em dia ouve apenas um genero ou um artista apenas, então a gente quis se adequar a nova era da música, trazendo musicas que dizem alguma coisa, e não so "gatinha, vem aqui me dar um beijinho"...
NaVeia - Vocês se consideram uma sonora moqueca capixaba. Gosto disso!
Rajar - Acho que sim, somos uma mistura de muitas coisas, e muito diferentes umas das outras. Nos 4 temos um vinculo musical e pessoal muito grande, apesar de gostos algumas vezes bem diferentes.
Igor Moura, Ronaldo Rajar, Lucilene Caetano e Mayara Lepre |
NaVeia - Tudo é inspiração para fazer uma boa musica?
Rajar - Com certeza, eu (@ronaldorajar) ouço de quase tudo. Meu Ipod tem de Joss Stone, a Metallica, a Glee a Fala Mansa. Quase tudo tem algum elemento interessante.
NaVeia - O que é o melhor da vida de músico?
Rajar - Acho que é a oportunidade de falar coisas legais e as pessoas te ouvirem, pq o resto se parece muito com um emprego comum, as vezes saimos de shows e vamos direto pro aeroporto, mortos de cansaço, as vezes é muito dificil, mas ver o pessoal cantando as musicas e chamando o nosso nome é muito prazeroso.
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